domingo, 31 de outubro de 2010

Ainda assim eu acredito..


E hoje eu vejo que só me cansei, e me acostumei a viver com a mesma tristeza que carrego no peito de que estar assim é evitar mais dor, é sentir menos as feridas que ardem.
Eu olhei pela janela e não vi meu sol.. Não vi minhas cores. Eu olhei no espelho e não me vi, não me reconheci e não me entendi.
Eu olho minha vida e não vejo.. Eu não vejo.. E eu quero ver..
Ninguém nunca sentiu falta, me viu longe, me sentiu ausente.. Ninguém se preocupou onde eu estava, nem como estava.. E se hoje eu fosse embora, ninguém notaria realmente. Me culpariam, assim como alguém sempre o fez, e isso seria só um motivo para me esquecer, me apagar, e me matar novamente.. Eu nunca fui importante, e sei que não sou. São palavras que o vento leva pra longe de mim e pra fora de mim. Mais nada..
Talvez nada nunca mude, e talvez eu continue como estou. Mas quem sabe um dia.. Um dia..
Não sei o que escrevo. E no fundo, eu sei que nada disso me adianta. E que nada disso, na verdade, me causa menos dor. Viver será sempre uma dor. E a minha vida será sempre sem amor.. Mas é só porque sou eu.
Somente não vejo me amar como eu vejo o amor. E isso, só me causa mais dor..
E no fundo, é só o que quero, em um lugar somente meu...

sábado, 23 de outubro de 2010

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Não. A vida não me agrada e tudo o que sinto é incredulidade. Odeio ser gente, odeio a imundisse, odeio simplesmente fazer parte dessa raça de porcos de espírito.
As pessoas usam as outras, brincam com as pessoas, ninguém sabe mais o valor dos sentimentos e mesmo quem diz algo, nem sente, não sabe o que diz, pensam somente em si próprias,.
Odeio saber que perto de mim tem pessoas assim e que ainda deixo pessoas assim fazer parte intimamente da minha vida. Eu adoraria morrer. Só isso.
Odeio o mundo, odeio esses sentimentos falsos, odeio esse egoísmo gigante que me destrói, meu Deus, me destrói.. Como tudo isso me dói, como tudo isso... eu não sei me expressar! Não é algo que haja uma palavra tão abominável e dolorosa que possa expressar o que eu sinto.
Ser nada. Continuo não sendo nada. Nada de nada que vai continuar não valendo Nada. Eu não suporto mais nenhum segundo, essa falta de amor, falta de verdade, falta do que é real. O que é real?.. Eu não sei mais. Não vejo mais, não sinto..
Me corrói, me mata, me machuca, me tortura. É tudo o que me faz, isso tudo o que você faz.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Vivendo essa incógnita

Quando fecho meus olhos não sinto nada. O nada me abala, e não minto que não sou forte, que não me alegro a não ser em momentos, não minto que não sou melhor assim, sem brilho. Me apagaram, e eu nem vi isso.
Quando eu abri meus olhos vi desgaste, vi comédia, vi teatro.
Esse teatro insiste em ter bons atores, e eu insisto em assisitir a esse drama.
Não sou triste, não sou feliz, eu simplesmente não sou.
Não sou. E ainda me pergunto se um dia eu fui! O que?... Qualquer coisa talvez me alegrasse, mas me alegraria pelo passado e não mudaria a história, pois continuo em meu nada. Sendo nada, tendo nada, vendo nada, alimentando nada.
A ausência de mim mesma me angustia e me machuca. Eu só queria sorrir.
Continuo? ..Na verdade, eu não sei porque ainda estou aqui...
Isso não é amor. Sabe, não sei bem se ainda creio nisso. Sei que sou só, onde quer que eu vá, onde quer que eu esteja, ou quem quer que seja. Eu estarei ali, só.
Ouço muito e não vejo nada. "Um dia"... Essa é a eterna fala. "Um dia"...
Um dia....

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O oco.

 Remôo os fragmentos dessa desilusão que me corroi os  sentidos.
 Eu pensei em jurar o esquecimento.Eu pensei em hospitalizar-me a alma.
 Juro que não é proposital.
 Eu queria fazer escorrer o líquido inflável que queima meu corpo e derrete meu coração.Eu poderia juntar seus pedaços e te fazer um novo ser, pela metade.
 Eu desejo amor ao mundo que violentei. Eu te queria e vou te querer até o último grão de areia ser contado.
 Ah,se eu pudesse moldar um templo onde os anjos cantam com os olhos e os demônios agridem com as harpas...
 Se eu pudesse assoitar os pássaros e cuidar de uma vespa com tanto zelo que chegasse a amá-la, eu o faria...
 Essa mente doente e invejada que domina um corpo cansado, também ama uma mente doente.
 Aqueles olhos profundos que acidam os meus,e derretem minha alma,me machucando e criando feridas que jamais serão apagadas. Ah,se eu tivesse força e desejo o suficiente para cegar-lhe...
 Alma desgraçada e fraca,que é presa a um sentimento que é concreto. Ah se eu pudesse lhe arrancar esse seu vício,eu juro,eu juro... que não o faria.

Texto escrito em Setembro de 2007.

domingo, 10 de outubro de 2010

Onde?

Não vejo mais o tempo que se passa diante dos meus olhos. Os dias são somente vãos para eu me colocar e lá ficar, presa, abafada.
Vejo o nada que me cerca e penso em onde posso chegar. Mas tudo o que consigo visualizar é um nada maior ainda.
Talvéz uma montanha deserta, e uma casa abandonada me fariam feliz. Já não vejo alegria como antes, nem verdade como antes. E nem mesmo na minha curta e já cansada alma vejo esperança. Tudo se foi, e o que sobrou está indo, para onde, eu não sei. Mas sei que me desprendo daqui, e me prendo ao outro lado.
Atravesso esta ponte e para mim não verei volta. Não quero que haja. Já sei o que me aguarda, e lá, será somente eu, e minha companheira de trajetória: a solidão. Ela sempre estará comigo, onde quer que eu vá, ou quem quer que eu seja..
A vida perdeu a graça, meus sonhos nem lembro mais, e o amor, virou um clichê.. Também não o sinto, e sabe porquê? O Amor nunca seria sozinho.
E caminho...